Dermolipectomia Abdominal – Cirurgia plástica abdominal

A leitura destas observações sobre a cirurgia plástica abdominal servirá para esclarecer sobre os detalhes que certamente irão interessar no momento. Existem informações errôneas quanto a esta cirurgia, informações essas geradas por casos excepcionais.
Deixe que o seu cirurgião plástico escolhido informe sobre a conveniência de associá-la a outra(s) cirurgia(s) e pondere bastante com ele sobre as vantagens e desvantagens de tal associação.

Consulta de médico especialista

Para conscientizar pacientes na busca segura de seus médicos especialistas, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica do Paraná, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – PR e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – PR lançaram uma importante campanha.

Antes de consultar um médico especialista, confirme se ele tem a especialidade que divulga.

Acesso o site do Conselho Federal de Medicina e faça sua busca.

As perguntas mais comuns quanto a esta cirurgia são:

R: Sendo uma cirurgia que retira determinada quantidade de pele e gordura, evidentemente haverá uma redução no peso corporal, que varia de acordo com o volume do abdome de cada paciente, mas que geralmente não excede entre 1kg e 1,5kg. Não são, entretanto, os “quilos” retirados que definirão o resultado estético, mas as proporções que o abdome mantem com o restante do tronco e os membros.

Paradoxalmente, o abdome que apresenta melhor resultado estético é justamente aquele em que se faz as menores retiradas, como  mulheres com flacidez do abdome após um ou vários partos, com excesso de pele na região. Estes casos permitem excelentes resultados.

Em outros casos, em que o paciente está com o peso pouco acima do normal, o resultado também pode ser compensatório e proporcional ao restante do corpo; entretanto, vale a pena lembrar que “excesso de gordura” em outras regiões vizinhas do abdome e em abdome com gordura conhecida como centrípeta ou intra peritoneal (entre os órgãos internos do abdome), permanecerão, o que leva ao médico aconselhar que assim se apresentem, a prosseguir com o tratamento clínico e emagrecimento para equilibrar as diversas partes do corpo.

Pacientes obesos apresentam resultados pobres, que contra indicam a cirurgia além de uma maior frequência de intercorrências.

R: A cicatriz resultante de uma dermolipecitomia localiza-se horizontalmente logo acima da implantação dos pelos pubianos, prolongando-se lateralmente em maior ou menor extensão, dependendo do volume do abdome a ser corrigido. Em alguns casos pode ser necessário uma cicatriz mais alta ou com uma complementação em T se o umbigo for alto. Esta cicatriz pode ser camuflada sob roupas de banho adequadas a cada caso, e infalivelmente passará por vários períodos de evolução, como se segue:

a) PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto excelente e pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.

b) PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança na tonalidade de sua cor, passando de “vermelho” para o “marrom”, que vai, aos poucos, clareando. Este período, o menos favorável da evolução cicatricial, é o que mais preocupa os pacientes. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos aos pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.

c) PERÍODO TARDIO: Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia do abdome deverá ser feita após este período.

Para casos de evolução desfavorável, o aspecto genético é o responsável.

R: Nos primeiros meses, o abdome apresenta uma insensibilidade relativa, além de estar sujeito a períodos de “inchaço”, que regride espontaneamente. Nesta fase, pode ficar com aspecto de “esticado” ou “plano”. Com o decorrer dos meses, tendo-se iniciado os exercícios orientados para modelagem, vai-se gradativamente atingindo o resultado definitivo. Nunca se deve considerar como definitivo qualquer resultado, antes de 12 a 18 meses de pós-operatório.

R: Não. O seu próprio umbigo será mantido e, se necessário, remodelado. Deve-se levar em conta que, circundando o umbigo existirá uma cicatriz que sofrerá a mesma evolução da cicatriz inferior (descrita no item anterior). Pelo fato de ser uma cicatriz circular, em alguns casos a evolução poderá não ser aquela que se deseja. Isto acontece em decorrência da anomalia na evolução cicatricial de certas pacientes.

R: Nem sempre. Isto depende do seu tipo de tronco (conjunto tórax + abdome). Se ele for do tipo curto, dificilmente será corrigido. Sendo do tipo longo, o resultado será mais favorável. Também tem grande importância, sob este aspecto, a espessura do panículo adiposo (espessura da gordura) que reveste o corpo e que não pode ser “emagrecida” na cirurgia, pois é uma área de descolamento e não pode ser traumatizada. Nestes casos é recomendado uma lipoaspiração em um segundo tempo cirúrgico (outra cirurgia não incluída na programação da primeira).

R: O tipo de traje dependerá exclusivamente de seu próprio manequim. É claro que os decotes inferiores mais “generosos” ficarão por conta dos casos em que os resultados sejam mais naturais (tangas), se as cicatrizes puderam ser menores. Lembre-se de que o bisturi do cirurgião apenas aprimora suas próprias formas, que poderão ser melhoradas ainda mais, com cuidados com alimentação adequada e exercícios físicos após o pós-operatório.

R: O seu médico ginecologista dirá da conveniência ou não de nova gravidez. Quanto ao resultado, poderá ser preservado parcialmente, mas não pode ser garantido absolutamente. Aconselhamos, que tenha todos os filhos programados antes de se submeter a uma dermolipectomia abdominal.

R: Não. Uma dermolipectomia de evolução normal não deve apresentar dor. O que existe é um grande equívoco por parte de certas pacientes, que são operadas simultaneamente de cirurgias ginecológicas associadas à dermolipectomia e relatam, por isso, dores pós-operatórias. Nem todos os cirurgiões costumam recomendar esta associação de cirurgias, por constituírem aumento de risco  operatório, além de apresentarem inconvenientes como dores e resultados menos favoráveis. Algumas pacientes, no entanto, apresentam o limiar para dor mais baixo e certamente necessitam de maior suporte analgésico.

R: Toda cirurgia apresenta risco. Há que se  preparar convenientemente e com muita seriedade cada paciente para o ato operatório, além de ponderar sobre a conveniência de associação desta cirurgia simultaneamente a outras, desta forma, diminui os riscos, mas não as fatalidades. O risco é o mesmo de qualquer cirurgia (hematomas, seromas, infecção, problemas anestesiológicos etc).

R: Anestesia geral, peridural ou similar.

R: Em média de 3 a 4 horas.

R: 1 dia (evolução normal).

R: Sim. Curativo compressivo especial e dreno no primeiro dia. (Os drenos geralmente permanecem entre cinco e sete dias). Na alta, no dia seguinte à cirurgia, apenas modelador e fita de micropore, além de revisões no consultório.

R: Do 7° ao 15° dia. No entanto, na maioria dos casos não há pontos (exceto os do dreno) a serem retirados.

R: No dia seguinte à cirurgia (evolução normal).

R: O paciente não deve esquecer que, até que se consiga atingir o resultado almejado, diversas fases são características deste tipo de cirurgia. Assim é que, no item 2, esclarecemos sobre a evolução cicatricial (até o 18º mês). No item 3 fala-se sobre a evolução da forma do abdome, bem como a sensibilidade, consistência etc. Entretanto, poderá ocorrer alguma preocupação no sentido de “desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto”. Seja paciente pois seu organismo se encarregará de dissipar todos os pequenos transtornos intermediários que, infalivelmente chama a atenção de alguma de suas amigas que não se furtarão à observação: “SERÁ QUE ISTO VAI DESAPARECER MESMO?”- É evidente que toda e qualquer preocupação deve ser transmitida ao seu médico. Todos os esclarecimentos necessários serão dados, para a tranquilidade do paciente. É importante entender que qualquer aumento de peso prejudica e poderá fazer com que se perca a excelência de um resultado, ou seja, se o paciente engordar essa cirurgia não manterá o mesmo resultado de quando o paciente operou. Em tempo: Em algumas pacientes, ocorre uma certa ansiedade nesta fase, decorrente do aspecto transitório (edema, insensibilidade, transição cicatricial etc). Isto é passageiro e geralmente reflete o desejo de se atingir o resultado final o quanto antes. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia do abdome deve ser considerado como definitivo antes do período que decorre entre 12 e 18  meses. Há casos de algumas pacientes onde pode ocorrer, após o 8° dia, a “eliminação de razoável quantidade de líquido amarelado” por um ou mais pontos da cicatriz. Este fenômeno é chamado de “lipólise”ou seroma e nada mais é do que a liquefação da gordura residual próxima à área da cicatriz ou da área descolada que está  sendo eliminada, sem que isso venha a se constituir como complicação. Temos recursos para evitar que esse vazamento venha a ocorrer em situações inoportunas (uso dos drenos).

RECOMENDAÇÕES SOBRE A CIRURGIA DE DERMOLIPECTOMIA ABDOMINAL

A) RECOMENDAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS:

  1. Comunicar-se com o médico até 2 dias antes da cirurgia, em caso de gripe,  indisposição, ou uso de novos medicamentos mesmo que ditos “naturais” etc;
  2. Internar-se no hospital indicado, obedecendo ao horário de internação;
  3. Evitar bebidas alcoólicas ou refeições muito lautas, na véspera da cirurgia;
  4. Evitar todo e qualquer medicamento para emagrecer, antiinflamatórios, ortomolecular, ginkbloba, vitaminas E e C  e aspirina ou AAS, que eventualmente esteja fazendo uso, por um período de 21 dias antes do ato cirúrgico. Isto inclui também os diuréticos;
  5. Programar suas atividades sociais, domésticas ou escolares, de modo a não se tornar indispensável a terceiros, por um período de aproximadamente duas semanas;
  6. Comparecer acompanhado(a) para a internação.

B) RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS:

  1. Evitar esforços por 15 dias.
  2. Levantar-se tantas vezes quanto for recomendado por ocasião da alta hospitalar, andar é importante;
  3. Seguir a orientação do banho e curativo durante a primeira fase;
  4. Não se expor ao sol, por um período mínimo de seis semanas;
  5. Andar com ligeira flexão (curvada) do tronco e manter passos curtos enquanto sentir-se repuxada (7 a 15 dias);
  6. Obedecer à prescrição médica;
  7. Voltar ao consultório para os curativos subsequentes, nos dias e horários estipulados;
  8. Consultar estas instruções quanto à sua evolução pós-operatória, tantas vezes quanto necessário;
  9. Provavelmente estará se sentindo tão bem, a ponto de olvidar-se que foi operada recentemente. Cuidado! A euforia pode levar a um esforço inoportuno, o que determinará certos transtornos;
  10. Não se preocupe com as formas intermediárias nas diversas fases. Tire quaisquer dúvidas com seu médico;
  11. Em alguns casos, pode ocorrer, após o 8° dia, o acúmulo ou a eliminação de certa quantidade de líquido amarelado por um ou mais pontos de cicatriz. Não se preocupe se isto ocorrer. É a “lipólise” ou “seroma”, que não significa absolutamente complicação;
  12. Alimentação normal rica em frutas, verduras, legumes e carnes, evitando doces, refrigerantes e bebida alcoólica.